sexta-feira, 31 de maio de 2013

Uma visita à Feira do Livro de Aveiro - 2013


Ontem visitei a Feira do Livro (e da Musica) de Aveiro. Era o dia de abertura, mas o cenário com que me deparei era desolador. O número de expositores desceu significativamente (acho que não chegam a uma dezena) e para agravar a situação a quantidade de livros que trouxeram consigo este ano são também (visivelmente) em menor quantidade. O próprio local  da Feira parecia (quase) assombrado, corria um vento que parecia quer expulsar as pessoas dali, quase como um aviso, a luz dentro do recinto da Feira era mortiça não convidando a euforias, assim como as pessoas que lá estavam, que embora (algumas) sorrissem esses mesmos sorrisos não conseguiam contagiar. Na cerca de meia hora em que estive presente a percorrer os stand's não vi mais que uma dúzia de clientes (e acho que estou a exagerar), embora a palavra mirones melhor os defina. O contraste com a Feira do Livro de Coimbra não podia ser mais gritante, em Coimbra a Feira pouco mudou (o que neste caso é um bom sinal apesar de tudo), em Aveiro as coisas estão muito diferentes e para pior. Suponho que a Crise tenha (muito) a haver com isto. À laia de desculpa à hora que fui, entre as dezanove e trinta e as vinte horas, portanto horas de jantar, não terá "ajudado", mas ainda assim sinto cá dentro que isso não (me) serve de desculpa, acredito que deviam estar mais pessoas presentes neste que é suposto ser um evento cultural de excelência por definição.
Quanto às minhas compras,  fi-las no alfarrabista, no único alfarrabista presente.
Domingo irei rumar novamente à Aveiro e à sua Feira do Livro, e com previsão de muito Sol e calor espero puder encontrar uma Feira viva e alegre, com a habitual cacofonia de sons e cores típicos de locais cheios de pessoas com muitos sacos de livros e assim tirar da minha mente as imagens e sensações daquele local desolado que encontrei ontem. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Opinião - Revista Bang N.º 14



Acompanho a revista Bang desde o número zero, o mesmo será dizer do inicio e apesar de (muito) apreciar ler os contos que a revista tem publicado o que (mais) me tem levado a procura-la e a ler de fio a pavio cada número desta revista é a minha curiosidade em saber mais das historias por detrás das historias. Esta décima quarta edição não foi excepção em todos os sentidos, mas vamos por partes.  

Os editoriais tem sido uma parte importante de todas as edições e o texto da Safaa Dib mostra, mais uma vez, o porquê da importância destes textos e foi com um misto de agrado e preocupação que li um texto "carregado" de premonições e que mostra mais uma vez como a FC pode ser importante por mostrar o que ai vem (e o que pode correr mal), e apelando à esperança num futuro melhor.  

A apresentação das novidades da Saída de Emergência que estão a chegar (ou já chegaram) esteve mais uma vez a cargo do editor Luís Corte Real. Os textos que ele tem vindo a escrever são, na minha opinião, um bom "barómetro" do que se passa no mundo editorial e mais uma vez isso está reflectido nas suas palavras  de aviso sobre um futuro editorial não direi sombrio, mas menos luminoso do que seria expectável.

Passamos para mais um texto do David Soares sobre a história do Fantástico, recordando-nos episódios da Historia e a diferença entre a Fantasia e a Fatrasia.

Seguimos para um texto do Fernando Ribeiro que cruza a sua vida pessoal e da sua banda para nos levar a conhecer mais um pouco do mundo do rock "pesado".

Segue-se mais uma amostra do que é capaz a prodigiosa imaginação do autor Afonso Cruz na sua Enciclopédia da Estória Universal.

Depois vamos conhecer as varias facetas da Branca de Neve onde nos é mostrado que quem pensa que esta personagem começa e acaba no famoso filme da Disney está muito enganado, num texto assinada pela Inês Botelho.

Seguimos para o texto de António Monteiro que nos dá a conhecer a autora Susan Hill e a sua obra "The Woman in Black" e as adaptações que esta teve desde a sua publicação em  1983.

João Rosmaninho dá nos a conhecer o primeiro episódio de "As Cidades na Ficção Científica" do qual ficarei "aguçadamente" à espera dos próximos episódios.

Na habitual rubrica sobre BD João Lameiras evoca o falecido, mas pior que isso desconhecido Sérgio Toppi.

Pela mãos do João Monteiro chega-nos "A Invasão dos Ladrões de Corpos" sobre bandas de musica que e como estas desbravaram os novos terrenos da imaginação musical.

"A Fantasia e a Ficção Científica na Era da Interactividade" é um texto de João Campos que nos mostra que nem só de bons gráficos e jogabilidade vivem os Videojogos, e que as historias podem ser tão ou mais importantes.

Segue-se um texto da Safaa Dib onde vamos tentar descobrir o porquê do sucesso da saga Dragonlance.

E heis que chegamos ao muito aguardado regresso da Távola Redonda onde desta vez se sentam à volta da mesa Nuno Duarte, João Leitão e Filipe Homem Fonseca para discutir e partilhar esse obscuro mundo de quem é argumentista em Portugal num texto de Safaa Dib.

Chegamos então aquele que está a ganhar uma presença regular e merecida na Bang, a BD Arquivo Morto da dupla Gilmar Fraga e Paulo Stenzel que mais uma vez só merece elogios pela imaginação com que nos tem presentado.

Passamos à secção de critica literária preenchida em exclusivo por literatura que ainda não chegou a terras Lusas, e muito dificilmente chegará (infelizmente) e que é assinados pelo colosso João Barreiros e Safaa Dib

De seguida "A Bang recomenda" com uma novidade traduzida: "A Lenda do Vento" de Stephen King, um filme "The Inocents" que aparentemente nunca chegou a Portugal, e uma BD Fables de Bill Willinghan que teve por cá a publicação do primeiro volume pela editora Devir, mas tal nem merecer menção, algo que eu estranho e repudio.

E este décimo quarto número finaliza com a habitual Sugestão Fnac deste vez "Batalha" de David Soares num opinião de Filipe Martins e a noticia dos Prémios Adamastor do Fantástico promovidos pela equipa do blog Trëma.

Como devem ter reparado deixei de fora os contos publicados pois quero emitir uma opinião mais completa e que devem ser publicados por aqui nos próximos dias portanto estejam atentos.

Para finalizar resta dizer que foi mais uma excelente publicação que muito prazer me deu ler e que me saciou a curiosidade por breves momentos. Deixo apenas o reparo já conhecido de que esta revista apenas peca por (quase) nunca sair a horas, talvez a chamada plataforma online da Bang, que deve estrear em breve, ajude a colmatar o tempo que passa entre cada publicação.

Ficam os meus desejos que a revista Bang continue por muito tempo e sempre com a qualidade demonstrada até hoje.

PS: Notei que fui vitima da Printer Portuguesa, pois a impressão, gralhas incluídas como diz na ficha técnica, parece ser da sua responsabilidade e ao invés de dizer simplesmente O Senhor Luvas, alguém achou que seria melhor se o meu Blog se chamasse O Senhor das Luvas (como se eu tivesse uma loja das ditas), pessoalmente acho que está bem exactamente assim, mas longe de mim querer discutir gostos.

domingo, 26 de maio de 2013

Uma visita à Feira do Livro de Coimbra - 2013



Ontem com um belo dia de Sol e calor fui visitar a Feira do Livro de Coimbra. O espaço à beira do rio Mondego é agradável para quem gosta de passear e com livros à mistura ainda melhor.
Como estava à espera não encontrei (grandes) novidades em relação ao ano passado, a maior novidade foi ter visto muitos, mas mesmos muitos livros à venda da editora Saída de Emergência, no ano passado só vi "meia dúzia", dai uma certa "surpresa", mas ainda bem. Os mesmos stand's, com a presença (bem-vinda) de alfarrabistas, os grandes grupos, Porto Editora e Leya, a marcar presença e a dominar e com  algumas editoras desconhecidas do grande público. E parece-me que pouco mais há a dizer, sem grandes nomes do Literatura que atraiam mais Leitores ou preços de arromba como os que se ouvem falar que se praticam em Lisboa o interesse nesta feira, e já agora de outras similares, passa por apanhar alguma novidade um pouco mais barata ou algum livro que falta na estante lá de casa, e mesmo isso será difícil com as promoções que algumas livrarias de "grande porte" fazem por estes dias. Um feira, mais uma, que faria bem em repensar não só a sua data como também parte da sua programação de maneira a atrair mais público.

A Feira do Livro de Coimbra irá decorrer no Parque Verde do Mondego até dia dois de Junho. Para mais informações podem consultar a página da Câmara Municipal de Coimbra dedica à Feira do Livro de Coimbra 2013.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Feiras de Livros - O problema das datas



Começou ontem mais uma feira do livro de Lisboa, mas não é única por estes dias, ao mesmo tempo  irá decorrer a feira de Coimbra, que começa hoje e a de Aveiro que começa na próxima quinta-feira, dia trinta e aqui começa o problema das datas, embora eu gosto de utilizar a expressão estupidez das datas.



Desde que tomei atenção a esta questão das datas, e já lá vão alguns anos, que tem sido sempre assim, cidades como Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa e Porto atropelam-se e sobrepõem o inicio e fim das feiras, isto quando não coincidem quase na totalidade, e isto não pode ser bom para nenhuma das partes envolvidas. Os Leitores que não são de Lisboa ou Porto tem de se contentar com feiras bem mais pequenas, sem os descontos das feiras de Lisboa e Porto e quase desprovidas de autores e apresentações, passando ao lado de uma parte importante destes acontecimentos: um contacto ao "vivo e a cores" com os autores. Os autores ao terem de escolher entre o "mundo" de Lisboa ou uma "pequena" feira, como a de Aveiro, certamente que preferem a de Lisboa e compreende-se porquê, mais publico e claro mais possibilidade de vender livros com a tentação dos leitores indecisos levarem o livro autografado. Para as editoras deve ser um época de muito stress com as inúmeras solicitações que devem receber para "alimentar de repente" cinco ou seis feiras para logo de seguida receber os excedentes das mesmas. Para os livreiros também não deve ser nada fácil com alguns leitores (os que podem) a fugir para outras paragens mais apelativas, por exemplo quem vive em Aveiro está a um "pulinho" do Porto, e entre uma e outra a diferença é abismal.



Relembro que não estamos a falar de pequenas cidades, mas de Capitais de distrito, Cidades com C "grande" e que mereciam mais. Todos elas com universidades de renome e populações que não são de desprezar, quer as residentes quer as "flutuantes".

A feira de Lisboa e Porto, embora esta última infelizmente este ano por razões que não estão muito claras, não se irá realizar, são organizadas pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), as outras, por norma, são organizadas pelas respectivas Autarquias.

Portanto ao invés de termos um contínuo de feiras que se reforcem e renovem numa rotação similar as estações do Ano, temos uma descontinuidade com períodos de extrema aridez e outros de excesso de oferta.

A solução para estes "atropelos" das datas passaria por uma colaboração da APEL com as respectivas entidades organizadores das Feiras nestas Cidades, servindo por um lado como coordenadores ajudando por exemplo com datas e por outro de ponte entre as Editoras e as Livrarias locais ajudando a criar parcerias que servissem o interesse de todos. Todos ficariam a ganhar, os Leitores ganhavam melhores preços e um contacto mais próximo com os autores nas suas cidades, os autores não seriam obrigados a escolher e podiam promover o seu trabalho de um modo mais metódico, as editoras ganhariam quer pelas vendas, quer pelo facto de não existirem "picos", sendo mais previsível as mesmas.  



Felizmente já existem alguns sinais de mudança. O ano passado a cidade de Braga teve duas feiras. A primeira ocorreu em Abril, na habitual data, quase(?) sobrepondo o seu fim ao inicio de outra, mas alguém deve ter tido a mesma ideia que eu pois decidiram alterar a data para finais de Novembro, inicio de Dezembro. As razões evocadas são as que menciona acima, como se pode ler nestes comunicados aqui e aqui. Está nova data não coincide (que eu saiba) com outra feira, é antes do Natal, o que potencia as vendas. Tem o senão de ser numa altura de frio e chuva, mas o evento realizou-se num pavilhão e assim ao contrario das suas congéneres feitas ao ar livre com chuva ou sol estava protegida.

Espero que em breve comecem a seguir o exemplo de Braga e em vez de lutarem uma batalha que não podem ganhar, adaptem-se fazendo assim ganhar todos os intervenientes, desde os Editores, aos Leitores.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Opinião - Querido estás Morto de João D. Martins


Querido estás morto é um divertido conto de humor negro de João D. Martins.
A premissa é a de um homem comum, Henrique Viegas, que tendo os hábitos de vida tão enraizados um dia morre e nem dá por isso prosseguindo com a sua vida como nada se tivesse passado. O autor segue pelo absurdo da normalidade, ou seja apesar de estranharem as pessoas tentam seguir com as sua vidas (tentando) ignorar as consequências da morte de Henrique Viegas. Ora como seria de esperar somos presenteados com um serie de caricatas situações como o "morto" não ter dado por isso, a sua  decomposição, o seu relacionamento intimo com a esposa entre outras bem engraçadas.
Uma escrita bem humorada e fluída, que me arrancou umas boas gargalhadas, e isenta de erros (que eu tivesse notado). Com quinze paginas no formato e-pub e sete em PDF lê-se rápido e se estiverem a precisar de um boa gargalhada então não há desculpas.


Este livro pode ser encontrado no site Smashwords neste link: Querido estás Morto de João D. Martins

terça-feira, 14 de maio de 2013

Nas entrelinhas

O autor David Soares surpreendeu os seus leitores com o anuncio no seu blog, Cadernos de Daath, de que iria terminar a sua relação profissional com as edições Saída de Emergência:

Caros leitores: anuncio-vos que decidi terminar a minha relação profissional com as edições Saída de Emergência.
Neste momento, ainda não tenho uma nova editora para os meus trabalhos em prosa: para já, terminar este ciclo é para mim, mais importante. Esclarecido isto irei, como é evidente, manter-vos informados sobre as novidades.
Desejo, com sinceridade, os maiores sucessos às edições Saída de Emergência.


Não sei as razões que estão por detrás deste anuncio que termina um relação de cerca de sete anos, relembro que o seu primeiro livro com as edições Saída de Emergência, "As Trevas Fantásticas", é de Janeiro de 2006 (embora no site diga que foi em 16/03/2007).

Ao ler o anuncio do David não consigo deixar de "ler algo nas entrelinhas". Assumo desde já que posso estar errado e tudo o que aqui escrevo não passa de pura especulação da minha "assombrosa" imaginação. 

Com as edições Saída de Emergência o David Soares alcançou o sucesso junto do "grande" publico, e também da critica, embora todos os predicados que lhe são reconhecidos já lá estivessem, mas volto a frisar que foi só com esta editora esse sucesso chegou. 

A editora sempre o "exibiu" como um "porta-estandarte" do que "o que é nacional é bom" e o "rótulo" de melhor autor do Fantástico Nacional cedo  "colou" e ainda hoje é assim reconhecido. 

Então se esta tem sido um relação que tem favorecido ambas as parte porquê quebra-la? O que se terá alterado?

Quer pelo silencio da Editora (pelo menos para já), quer ao ler o anuncio do David Soares acho que não será disparatado assumir que algo se passou. 

Repare-se que o autor diz que ainda não tem editora para os seus "trabalhos em prosa". Podemos inferir que o autor parece ter trabalhos por publicar e optou por não submete-los à editora. E, novamente a pergunta, se não tem ainda um nova "casa" porquê deixar a antiga? Certamente que com o seu curriculum não faltaram propostas ao David Soares, mas como diz o povo "não bate a bota com a perdigota".

Refere que o importante é "terminar este ciclo", mas não diz que ciclo é, a ligação com esta editora? Uma nova fase enquanto autor? 

Mas para mim a frase final é a que diz mais, repare-se que deseja o melhor para editora, mas nem um palavra de agradecimento e/ou reconhecimento pelo trabalho da editora na sua carreira. Para mim diz muito sobre a pessoa que a escreveu.

Ficam as perguntas e quem sabe se um dia teremos as respostas.

domingo, 12 de maio de 2013

Revista Bang n.º 14 - mais uma razão


A revista Bang já chegou e este décimo quarto número para lá das habituais razões de qualidade que me levam a "peregrinar" até a FNAC mais próxima assim que possível teve desta vez uma razão adicional: tenho uma pequena opinião publicada na secção de Bloggers. O convite foi feito pela Safaa Dib (assistente editorial da Editora Saída de Emergência) e foi um pequeno grande desafio. Em primeiro lugar pela surpresa do convite de que não estava à espera, pensa-se nisso, sonha-se com isso, mas a verdade é que quando acontece não se está preparado. Depois foi a escolha do livro, quis escolher um do qual ainda não se tivesse falado, um que representasse bem os géneros onde a revista se insere, mas que não quis ir buscar os "suspeitos do costume" e depois de algumas voltas as minhas estantes (que felizmente estão moderadamente bem compostas) os meus olhos acabaram por "cair" no livro "A Manhã do Mundo" do Pedro Guilherme-Moreira" e do qual já aqui falei ao de leve


As razões que me levaram à escolha deste livro são simples. É de um autor Português, é de Ficção Científica, tem (muita) qualidade, devido à sua classificação pode ter "escapado" ao apreciadores do género e tinha prometido ao autor uma opinião no blogue (que não está esquecida), resumindo mostrar e recordar um excelente livro.

O desafio seguinte foi escrever a opinião em meia dúzia de dias e com o limite de cento e cinquenta palavras e para "ajudar" calhou mesmo na semana em que estava a escrever as opiniões aos trabalhos do Manuel Alves. Foi um desafio e tanto, pois sabia o que queria dizer, mas a limitação de palavras fez com que tivesse de escrever e rescrever, de resumir resumos (eu sei!), e mesmo assim parecia-me que o que escrevia não servia. Então já com o prazo a tocar as ultimas badaladas coloquei os auscultadores e coloquei a minha inspiração a tocar: Queen Live at Wembley (1986) - The Magic Tour. E durante as cerca de duas horas que dura o concerto eu moldei o texto que podem ler na página setenta e oito da revista Bang n.º 14. 

Espero que as minha palavras vos levem a considerar este livro para leitura, pois bem merece.

Não sei se está foi uma vez sem exemplo, espero que não e que volte a ser (como diz na ficha técnica)  um "colaborador explorado" em futuras edições, pois é um prazer vermos o nosso nome em algo que admiramos, não pela fama que isso possa trazer, pelo menos no meu caso, mas pelo desafio que nos foi "imposto" e que nos faz progredir e ir mais além. 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Opinião - Urbania de Carlos Silva


Urbania é um romance de Carlos Silva no género da Fantasia. O livro é constituído por vários "mosaicos" onde vamos conhecer um conjunto de personagens que formaram o painel completo que é a história. Não será exagero dizer que a personagem principal deste livro é Urbania, mas Urbania não é uma pessoa, mas uma cidade, uma cidade que se move e que todos os dias destrói um parte de si apenas para outra parte renascer qual Fénix das cinzas. É neste movimento perpétuo que vivem os seus habitantes e que por ele regem as suas vidas. No seu percurso por vezes Urbania cruza-se com as cidades estáticas (as nossas) e quando as condições são as correctas as pessoas de lá podem vir visitar a nossa cidade e vice-versa. É assim que se conhecem Hugo e Inês, juntos vão dar inicio a uma mudança em Urbania que poderá ser o seu fim. 

Esta foi uma história que me agradou bastante e muita da culpa deve-se a uma ampla "mitologia" que o autor criou e conjugou e que bem merecia ter sido mais explorada, ou então de outro livro para o fazer. Desde o Caçador de Sonhos passando pelo Povo das Brumas à ciência da semioticologia, todos estes elementos conjugam-se para criar um magnifico cenário e este é certamente o ponto mais forte deste livro. 

A história tem um começo algo confuso, muito por culpa da narrativa em "mosaico", aliás acho que o livro só ganharia se a narrativa fosse contínua, dar-lhe ia não só um outro ritmo como ao leitor uma outra percepção. Ao longo do livro a história é contada com o recurso ao ponto de vista de diferentes personagens e embora todas se cruzem de modo directo ou indirecto a verdade é que as mudanças "repentinas" podem deixar alguns leitores um pouco "zonzos". Para esta narrativa em "mosaico" resultar será preciso o autor "poli-la" melhor. 

O autor confundiu-me (bastante) ao falar de Lobos e "olhares Lupinos" e com outras expressões que dão a entender que estava perante lobisomens quando tal não é de todo o caso. O autor alcunha alguns personagens como Lobos, símbolos de mudança, mais tarde percebi as intenções do autor, mas o mal estava feito e a confusão instalada.

A Simbologia é um tema de fundo neste livro, mas é preciso que o leitor entenda do que se fala, se não a frustração levará a melhor. Neste aspecto devo dizer que o autor esteve bem, explicando os símbolos que utiliza, embora existam alguns pontos onde poderá melhorar, não deverá nunca assumir que o leitor sabe automaticamente o que quer dizer.

Outro aspecto a ter em atenção, e isto serve para todos os autor desse lado, é a revisão, ainda foram  alguns os erros com que me deparei, e se alguns podem ser explicados pela conversão do texto nos vários formatos em que está disponível a verdade é que isso não os explica a todos.

Em conclusão um bom livro que vale a pena, apesar dos pontos menos positivos que aponto, pelas muitas e boas ideias que explora.

Este livro pode ser encontrado no site do Smaswords neste link: Urbania de Carlos Silva.