segunda-feira, 25 de março de 2013

Opinião - The Stars my Destination de Alfred Bester

Capa da revista Galaxy de Outubro de 1956


The Stars my Destination de Alfred Bester foi publicado originalmente na revista Galaxy em quatro partes, começando em Outubro de 1956. A sua primeira "incarnação" enquanto livro e com as quatro partes já unidas entre capas ocorreu com o nome "Tiger! Tiger!" (a razão para este titulo tornar-se óbvia para quem leu/ler o livro).

Esta é uma historia de Vingança, a Vingança de Gulliver Foyle. Foyle é um tipo comum, um mecânico que estava na nave Nomad, quando é atacada. Apenas ele sobrevive. Tendo passado quase seis meses no espaço profundo na mais absoluta solidão um dia ele é encontrado por uma nave, a Vorga, que apesar de o ver não o salva. E assim um homem à beira de desistir encontrar uma razão para viver, e estabelece como objectivo e obsessão vingar-se da nave Vorga.
A historia mostra-nos um homem com sede de vingança, mas sem saber como a executar, mas que vai aprendendo com os erros que comete, que vai aprendendo a dirigir a sua fúria e no processo torna-se cada vez mais sagaz e determinado.
Pelo meio temos um Universo onde os Humanos são capazes de se teletransportarem, mas o autor utiliza o termo "Jaunting" (mais uma vez ao ler o livro a razão torna-se clara), alguns tem também outras capacidades, como telepatia. Onde as os Planetas interiores entraram em guerra com as Colónias exteriores. 

Logo no prólogo torna-se óbvio o porquê deste livro (já agora de este autor também) ser um clássico da Ficção Científica, a escrita é realmente impressionante e ficamos logo cativados. Infelizmente a escrita nem sempre se mantém neste nível, talvez por ter sido escrito em quatro partes, mas nada de "preocupante" e claro que é apenas a minha opinião.
O autor, apesar das muitas (aparentes) historias paralelas, consegue manter o interessa do leitor, mas como disse atrás, nem sempre como o mesmo nível e algumas "opções" pareceram-me algo forçadas. 
É uma historia interessante e com muitas e boas ideias, embora algumas hoje em dia possam parecer mais fantasia que ficção científica, no reverso temos outras são cada vez mais reais e actuais. No fim percebemos que para lá da historia de vingança, este é um livro sobre o Homem enquanto ser que evolui.

Um livro para ler com a consciência que é um clássico da Ficção Científica já com mais de meio século e que portanto terá alguns pontos mais "desactualizados", mas que as razões que o levaram a torna-se um clássico estão lá  todas. 



Capas das mais recentes edições na colecção SF Masterworks

terça-feira, 19 de março de 2013

Opinião - BD - A Guerra dos Tronos - Vol.1




Que George R. R. Martin se tornou uma espécie de Rei Midas com a saga "As Crónicas de Gelo e Fogo", mais conhecidas com "A Guerra dos Tronos", não será com certeza novidade para ninguém, e depois da adaptação para TV pela HBO chegou a vez da adaptação para BD feita por Daniel Abraham e com desenhos de Tommy Patterson. Editada em terras do Tio Sam pela Dynamite mensalmente em formato comics, chegou a Portugal pela mão da editora Planeta numa edição de capa dura que junta os primeiros seis números. 

Devo dizer que esta adaptação me desiludiu, não pela adaptação em si, pois se quisermos ser picuinhas existirá sempre algo a que apontar o dedo, ou porque não se deu foco suficiente a esta ou aquela passagem ou porque se prolongou demasiado outra qualquer, não, a adaptação está boa. A minha "birra" é com a arte. A historia base é excelente, do melhor que tem surgido no mercado em muito tempo, mas isso já nós sabíamos, então como tornar a adaptação para BD numa aquisição imprescindível? Através de uma arte que transfigure as palavras do Martin, mas tal não acontece, esta é apenas "normal" e serve os propósitos, mas não cativa em momento nenhum e existem mesmo momentos em que chega a ser (quase) medíocre, com os personagens a exibirem as mesmas caras e apenas cabelos diferentes, como a blogger P7 soube salientar. Ao contrario da opinião do Miguel Gonçalves no site da Central Comics não encontrei "uma lufada de ar fresco" e algum desapontamento foi o que aconteceu no final.

Em síntese esta obra compre os mínimos para quem gosta da saga e até poderá ser uma boa maneira de rever a "matéria" quanto for editados os próximos volumes da saga, mas não é com certeza nenhuma "obra-prima".

Adenda: Falhei em mencionar dois aspectos que me parecem relevantes. O primeiro é que esta BD corresponde (mais o menos) a um quarto do primeiro livro em Português, um oitavo se falarmos do original. Em segundo apontar uma falha que considero algo grave, a troca, que a tradutora Ana Maria Pinto da Silva fez, entre o titulo atribuído aos Cavaleiros de Westeros de Sor para Sir e que não respeita quer o termo original quer a tradução dos livros em Português do Jorge Candeias, o que indica a tradutora não se deu (aparentemente) ao trabalho de procurar saber como é que já estavam traduzidos alguns termos e assim evitar confusões. 

domingo, 17 de março de 2013

Ainda na Estante - AR de Geoff Ryman

Recentemente estava a ler um jornal aqui da região e deparei-me com um artigo que referia que uma Associação local havia assinado um contrato para mudar o seu acervo literário para uma escola primaria desactivada. Ora não pode de deixar de me rir quando li qual era o tamanho do acervo: 2500 (dois mil e quinhentos) livros. Achei piada porque eu tenho mais de 2100 livros cá em casa, sem contar com as BD's que são mais que muitas, mas vá lá não estou a escrever isto para me gabar (bem talvez um pouco), ou para ser assaltado, mas porque (felizmente) tenho as minhas estantes repletas de livros que (infelizmente ainda) não li, portanto nada como ir partilhando esses livros e quem sabe se algum comentário não me faz pegar finalmente neles.

Para inicio desta nova "rubrica" escolhi, completamente ao calhas "AR" de Geoff Ryman.


Já o tive na mão e cheguei a ler as primeiras linhas, mas deixei-o (óbvio) não porque me tivesse desagrado, mas simplesmente porque havia outros livros e este ficou, simplesmente, para trás. Razão parva? Claro, mas por essa razão é que ainda tenho tantos livros na estante, isso e falta de tempo para ler tudo o que gostava.