quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Opinião - Drácula de Bram Stoker - 4.º parte & conclusões

E eis que chegamos ao fim desta leitura conjunta, e que final.
Logo ao inicio somos confrontados com a mutilação do Renfield e a sua consequente morte e a descoberta do Conde Drácula a sugar, literalmente, o pescoço de Mina. Ora isto é o inicio do fim. Pressionados pela condição de Mina que cada vez mais se torna um Vampiro, Van Helsing e companhia partem à caça do Conde, inutilizando-lhe as caixas de terra onde ele pode repousar. Vendo-se acossado e sem um lugar seguro Drácula foge para a sua terra natal, mas logo a caçada é iniciada.
Esta parte final é de um ritmo quase alucinante e as paginas foram praticamente "devoradas". O final é algo agridoce, pois se temos a morte do Conde Drácula, praticamente executado por Jonathan Harker quando estava tão perto do seu castelo e a salvação da alma (e corpo) de Mina tal vem com o custo da vida de Quincey Morris. Gostei da morte do Dráculo, pois ela dá-se depois de tantos e cuidadosos planos, ele que andava sempre um passo à frente de todos, afinal acaba apanhado com as metafóricas "calças na mão".

Gostei de reler novamente este livro, não é à toa que é um clássico. Alias com pequenas alterações era um livro que se podia facilmente passar nos nossos dias, o que ajuda a ligarmos-nos quer à historia quer as personagens.

Uma nota final. Esta minha segunda leitura foi feita quase integralmente em Inglês, o que teve o condão de me abrir os olhos para as muitas "liberdades" que o tradutor da minha edição em Português teve. A minha edição fez parte de uma colecção do Diário de Noticias, a Biblioteca DNA Os Livros do Cinema, uma edição com tradução de Carlos Grifo Babo, cedida pela Editorial Presença. A minha estranheza começou com a diferença de paginas, menos um terço de tamanho, quer em relação ao original quer mesmo à edição da Europa-América, mas não parou ai... 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Clube de Leitura Bertrand Coimbra em Janeiro de 2013 - nova data

Afinal e devido a problemas de horário da orientadora o clube de leitura vai realizar-se apenas amanha, no mesmo local e à mesma hora. Renovo o convite para que se juntem a nós.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Opinião - Drácula de Bram Stoker - 3.º parte

Terceira parte da leitura conjunta que abrange os capítulos dezoito ao vinte.

Nesta terceira parte da leitura de Drácula entramos claramente na "antecâmara" do fim. Os personagens começam a cercar o Conde Drácula, mas vamos por partes.

Se a segunda parte terminava com a bombástica revelação que Lucy era um vampiro, no inicio desta terceira parte assistimos à união de forças de Van Helsing, Seward, Arthur e Morris que vão salvar a alma dessa doce personagem que é Lucy. Observamos a reunião de Mina e Jonathan Harker com Van Helsing e companhia e à sua consequente união de esforços no sentido de acabar com o mal em forma de homem (mas não só) que é o Conde Drácula. 

Esta fase fica também marcada por lentamente nos ser mostrada uma Mina com alguns sintomas muito parecidos com o que Lucy revelava no inicio...

E assim chegamos mesmo à beira do fim com tudo ainda em aberto e com a certeza que ainda estão reservadas algumas surpresas. Que venhas essa quarta e ultima parte.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Opinião - O Hobbit de J. R. R. Tolkien



O Hobbit de J. R. R. Tolkien é um clássico, que como todos os outros, já foi lido e revisto tantas vezes que se torna difícil, se não mesmo impossível, acrescentar algo de novo ou dizer algo que não pareça um cliché, portanto não me irei alongar muito. 
Começo então pelo mais fácil, gostei do que li. É certo, e alias aos que ainda não leram que isto sirva de "aviso", que o Hobbit é um livro infante-juvenil, mas isso não é algo mau pois uma bom livro é o independentemente da faixa etária em que se insere, mas não esperem algo como "O Senhor dos Anéis".  O narrador é como uma amigo que vai "conversando" connosco ao longo do livro e que nos mostra a colecção das pequenas (?) aventuras de Bilbo Baggins e companhia (leia-se o feiticeiro Gandalf e os treze Anões que não me apetece enumerar aqui), até chegarem ao (enorme) tesouro guardado pelo maléfico Dragão Smaug. É algo "inocente" na sua escrita, mas sem que isso signifique que tenha sido escrito a "preto e branco", pois ainda se vislumbram alguns "tons de cinza". É um livro que tem na sua simplicidade a sua maior mais valia. 
Deve ser lido nem que seja apenas para saibamos onde tudo começou e onde tantos autores(?!) vão "buscar inspiração" pois é graças a ele que hoje em dia temos uma infinidade de copias mais ou menos originais e mais ou menos bem escritas nas prateleiras das Livrarias e de nossas casas.

É também o livro deste mês do Clube de Leitura Bertrand do Fantástico em Coimbra.

PS: Para os mais preguiçosos existe uma adaptação em BD, que não sendo a mesma coisa (claro) não deixa, na minha humilde opinião, de ser bastante próxima do original e que foi traduzida para Português pela editora Devir em 2002 e que foi no ano passado alvo de uma reedição, adivinhem porquê...

Edição em capa mole de 2002

Edição em capa dura de 2012

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Opinião - Drácula de Bram Stoker - 2.º parte

Segunda parte da leitura conjunta, que vai do capitulo oito ao quatorze. 

Nesta segunda parte acompanhamos, durante a maior parte, a doença de Lucy e a sua consequente morte (digo eu...). Mas o que realmente marca esta parte é o aparecimento de uma personagem quase tão famosa quanto o Conde Drácula, o Dr. Abraham Van Helsing. É uma personagem forte e dinâmica que contrabalança o lado mais emocional do Dr. Jonh Seward, já para não dizer que acrescenta ainda mais mistério ao enredo, pois ele sabe algo, mas por alguma razão não quer partilhar e como só temos os pontos de vista de outras personagens...
Temos o reencontro, logo no inicio, de Mina com Jonathan Harker, em Budapeste onde se casam, enquanto este recupera, depois de ter fugido do castelo do Drácula, embora nada seja digo como o fez, para apenas no final os voltarmos a "ver" já em Londres. 
E no final temos a terrível revelação de Van Helsing que as crianças que andam a ser raptadas, são vitimas da querida e doce Lucy...

O que mais me fez pensar nesta segunda parte foi a escrita do Bram Stoker, pois ele consegue com  que mantenhamos o interessa numa historia em que o (suposto) personagem principal, e que até dá o nome ao livro faça apenas uma fugaz aparição, embora saibamos que ele está por detrás do que acontece o seu nome (quase) nunca é mencionada. Realmente só alguém com muita mestria na arte da escrita poderia escrever algo assim.

Bem com um fim que faz é querer avançar mais só posso dizer que este é um excelente livro e que mal posso esperar por continuar a leitura.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Clube de Leitura Bertrand Coimbra em Janeiro de 2013 - uma antevisão

É já na próxima semana, dia 24 (quinta-feira), as 19:30, como de costume no auditório da Bertrand do Dolce Vita de Coimbra que se vai realizar mais clube de Leitura. O livro deste mês será esse clássico do Fantástico que é "O Hobbit" do J. R. R. Hobbit. É um livro que ainda não li, apesar de já levar alguns anos nesta vida. Li a adaptação em BD que a editora Devir editou à uns anos, e que foi recentemente reeditada, mas (acho que) não conta. Hoje devo ler as primeiras páginas. Como de costume fica o convite para quem quiser aparecer e enriquecer a conversa com uma opinião.


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Opinião - Somnium 105



A Somnium é uma revista publicada pelo Clube de Leitores de Ficção Cientifica do Brasil. Neste quinto numero temos uma edição especial de Natal.
O primeiro conto é de Orson Scott Card, autor do livro de FC "Ender's Game", editado em Portugal pela Presença com o nome de "O Jogo Final" e que aqui faz uma incursão pelo Fantástico com o conto "Perdido no Inferno". Gostei das ideias que lhe dão base, mas não da maneira como o autor lhe deu forma. É nos contada a historia de um homem que ao morrer descobre que ficou preso num limbo entre o Céu e o Inferno, porque (e aqui é a parte de que gostei) nem é mau o suficiente, como um Hilter, ou suficientemente seguidor das regras da bíblia para entrar no Céu. E assim ficou preso no limbo que fica paredes meias com o nosso mundo. Ora ele é contactado por S. Nicolau, sim esse mesmo, para fazer parte de um grupo de outros fantasmas e ajudar as crianças. E é aqui que a coisa descamba, pois a partir daqui começa-se a parecer com o filme Ghost. A ajuda as crianças é dada falando com elas e/ou fazendo com que lhes vá parar à mão dinheiro que eles sacam das carteiras de quem mais tem. Um conto e ideias com potencial para mais.
O segundo conto é da autoria de Flávia Côrtes e tem o sugestivo nome de "Taxidermia" (para os que não sabem é a arte(?) de empalhar animais). Não fugindo ao tema acompanhamos uma ceia de Natal em família. O personagem principal é um medico cirurgião que perdeu a esposa já lá vão muitos anos e nunca recuperou dessa perda refugiando-se na actividade que dá nome ao conto. Esta bem escrito e eu até gostei bastante, mas logo no inicio eu antecipei o fim o que acabou por estragar um pouco a leitura.
O terceiro e ultimo conto tem como titulo "Milagre de Natal" do autor Tibon Moriez. Gostei deste conto, em primeiro lugar porque foi inesperado, o que a seguir ao conto anterior foi muito bom, e pelo seu fim completamente inesperado. A personagem principal é uma garoto que dá gosto odiar.
Podem encontrar o conto em vários formatos, desde o clássico pdf, ao mobi ou epub, para todos os gostos e necessidades, aqui. 

domingo, 13 de janeiro de 2013

Opinião - A Oeste do Éden de Harry Harrison

A Oeste do Éden de Harry Harrison foi originalmente publicado em 1984 e neste cantinho à beira-mar plantado em 1986 na (curta) colecção Contacto (Gradiva) dirigida pelo João Barreiros (embora a minha seja uma 2.º edição de 2005).
Que não existam duvidas este é um livro de Ficção Científica, mas também de Historia Alternativa e neste aspecto é bastante ambicioso. Ao invés de se deixar limitar à (curta) Historia da Humanidade e das consequências que um acontecimento (ou a falta dele) tiveram, Harry Harrison pensa em grande e não se deixa prender e vai à Historia do próprio planeta Terra e pergunta "E se o cataclismo que extingui-o os dinossauros à  65 milhões de anos nunca tivesse acontecido? E se os dinossauros tivessem evoluído ao mesmo tempo que os humanos, mas separados geograficamente? O que aconteceria quando se encontrassem?". Estas são as perguntas, e as respostas são deveras muito interessantes.
O "pano de fundo" é o encontro, num inicio de uma era glaciar, entre uma Humanidade ainda na Idade da Pedra e uma raça de dinossauros inteligentes chamados Yilanè, ambos movidos pela necessidade da sobrevivencia. Ora como se pode imaginar a "coisa" não corre do melhor modo, pois ambas as raças tem um instintivo ódio mutuo.
O personagem principal é Kerrick, um humano, ou Tanu na sua linguagem, que é capturado pelas  Yilanè com a idade de 8 anos e que acaba por aprender a sua linguagem e torna-se num membro da sua sociedade. Um dos eixos da narrativa durante boa parte do livro são os sentimentos contraditórios de Kerrick, indo da lealdade para com o seu povo, a essa pergunta existencial de quem é ele afinal? Tanu ou Yilanè, e que alimenta de forma interessante esta historia, pois à medida que ele cresce também vai  adquirindo experiência e pensando. Existem outras personagens dignas de destaque como Vaintè a eistaa, a lider da nova cidade Yilanè, e que tem uma relação contraditória com  Kerrick, Stallan uma caçadora Yilanè que odeia todos os Tanu, e claro Enge uma Yilandè que muito diferente das outras da sua raça, mas não só claro.
Um aviso para os mais "malandros", ao inicio o autor "atira-nos" com muitos termos estranhos, como são exemplo os que aqui coloquei, e o recurso ao dicionário no fim do livro acaba por ser (quase) obrigatório  o que quebra o ritmo de leitura, mas ao final de algumas paginas já nos habituamos e deixamos de o fazer.
Harry Harrison aborda aqui vasto temas e todos eles de interessa como a xenofobia, a força dos laços de sangue, a nossa capacidade de adaptação a novos ambientes, a biotecnologia, etc, etc, tudo embrulhado numa magnifica historia que eu só posso aconselhar que todos leiam.
Receio que eu não consiga fazer jus ao livro, mas se o lerem saberão o que as minhas parcas palavras pretenderam dizer.



Acrescento apenas que este é o primeiro livro de uma trilogia que infelizmente por cá ficou por aqui, embora se leia sem que isso se note, portanto nada de desculpas, até porque ele está bem barato...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Opinião - Drácula de Bram Stoker - 1.º parte


Como já aqui tive oportunidade de mencionar no anterior texto, estou a participar numa leitura conjunta desse Clássico que é o Drácula de Bram Stoker, e à medida que for decorrendo irei também aqui comentar os meus progressos. Este meu primeiro texto refere-se (como é evidente) à primeira parte que vai do capítulo um ao sete.

O Drácula de Bram Stoker é um clássico e não é a toa que tem resistido à "erosão" dos anos.
Desde logo o modo como o autor decidiu contar a sua historia, não através da "habitual" narrativa, com um narrador impessoal, mas (principalmente) pelos diários dos personagens, o que faz com que nos liguemos à historia de um modo mais "directo", e claro o jogo que ele faz do tempo onde ora avançamos, ora regredimos, num excelente exercício de narrativa, mas não só claro.

O livro, ao contrario do que seria de esperar, não começa com uma frase ou um paragrafo arrebatador, alias nem durante um bom bocado do 1.º capitulo somos confrontados com algo que seja "fora do normal". Somos levados a pensar que se trata mais de um livro de viagens do que um clássico do Fantástico, mas claro que isso apenas serve para estabelecer um paralelo com o ambiente que está para vir. Somo levados pelo ponto de vista de Jonathan Harker à Transilvânia, onde lenta, mas inexoravelmente, passamos de uma aborrecida viagem de trabalho para uma realidade que o próprio personagem principal tem dificuldades em acredita.  Vamos descobrindo os planos deste Conde Drácula e vendo a mascara afável que nos é apresentada no inicio caindo para revelar a sua verdadeira natureza. E somos deixamos numa incerteza quanto ao destino de Jonathan Harker.
Deixando este personagem nos longínquos Cárpatos somos levados para Inglaterra, onde somos "apresentados" a novas personagens, à noiva de Jonathan Harker, Mina Murray, à sua amiga Lucy Westenra e ao Doutor Seward. Ora se o papel das duas primeira personagens não tem (aparentemente) mistérios já a do Doutor Seward deixa no ar a pergunta sobre qual será os seu papel e o das  suas investigações. 
Esta primeira fase termina com a chegada, (quase) milagrosa (?!), das caixas do Conde Drácula a solo inglês, e claro muita curiosidade em saber o que se irá passar a seguir.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mais Dentes que Olhos


Este inicio de ano está a ser rico em leituras, mas também começam a avolumar-se. Para além do habitual desafio de ano novo na forma do livro "A Oeste do Éden" do Harry Harrison, e dos muitos contos que vou lendo, ainda tenho para ler "O Hobbit" de J. R. R. Tolkien, para o Clube de Leitura Bertrand no dia 24 deste mês de Janeiro. Agora fui "vitima de chantagem" por parte do meu amigo Paulo Dores para uma leitura conjunta desse clássico que é o "Drácula" de Bram Stoker, mas vá lá é por uma boa causa, ajudar um cão, e assim volto a reler este livro que bem merece. Espero é ter tempo para tudo...


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Opinião - The Leader de Murry Leister



The Leader de Murry Leister é um conto originalmente publicado na Astounding Sience Fiction de Fevereiro de 1960, e insere-se no subgénero da historia alternativa. A historia decorre depois daquilo que foi a nossa Segunda Guerra Mundial. Embora o autor nunca nos diga isso as pistas estão lá: falasse muito de um Líder (The Leader), embora sem nunca dizer o seu nome percebe-se que é Hitler, os nomes dos intervenientes são quase todos em alemão, e claro refere-se um tal de Winston que é primeiro-ministro, e bem é só unir os pontos. A historia é nos mostrada através da correspondência entre as personagens, o que, para mim foi um ponto positivo. As duas personagem principais são o Professor Albrecht Aigen que está a realizar um estudo sobre a ascensão ao poder do Líder e o Dr. Karl Thurn que está a estudar poderes como a telequinesia. O facto de eles serem amigos é apenas um pretexto para as suas historias se cruzarem. Gostei da sinopse, e como no final ela faz todo o sentido:

O Problema em ser se um Super-Homem, com Super-poderes, e sabe-lo, e que é tão fácil negligenciar a desagradavel possibilidade de um Super-Super-Homem! (The trouble with being a Superman, with Super powers, and knowing it, is it's so easy to overlook the unpleasant possibility of a super-superman!) (tradução minha)

O "meu" problema foi a "introdução" de poderes telepáticos, telequinesia e afins, não que isso tenha diminuído a historia, mas eu já começava a "vibrar" com o rumo que eu pensava que historia (pensava eu) estava a seguir, mas isso é um problema meu, atenção.
Uma historia interessante, mas, e isto é um conselho para todos e para outras situações, deve ser lida sem ideias pré-concebidas.

Opinião - The Last Evolution de Jonh W. Campbell



The Last Evolution de Jonh W. Campbell é um conto de Ficção Científica publicado originalmente na Amazing Stories em Agosto de 1932. Retrata um futuro onde a Humidade colocou os robôs a trabalhar para si e se tornou cada vez mais decadente, até ao dia em que o sistema solar é invadido por uma raça de extra-terrestres que parece só querer destruir toda e qualquer vida. A historia é contada do ponto de vista de uma maquina e acho que o autor levou isso demasiado a serio. O texto é demasiado "massudo", a maior parte é basicamente uma descrição do que se passou, sem grande sentimento. Salvam se algumas (boas) ideias, mas apenas isso. 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Opinião - The K-Factor de Harry Harrison


The K-Factor de Harry Harrison é um conto de Ficção Científica publicado na Analog em Dezembro de 1960. E é uma magnifica historia, quer pela sua trama, quer pela maneira como o seu autor abordou o tema de fundo. O personagem principal é Neel um aluno do criador da Societics. A Societics é  uma ciência(?) capaz de prever os comportamentos das sociedades e assim prevenir que uma civilização entre em decadência ou em guerra, através de constantes ajustes que mantém um frágil equilíbrio. Ora acontece que um planeta está em desequilíbrio e Neel é enviado numa missão secreta para o repor. Escusado será dizer que (quase) nada corre como o planeado.

Harry Harrison continua a mostrar-me o quanto foi um grande escritor que durante demasiado tempo ignorei que existia. As suas ideias são muitos interessantes, e a sua execução não lhe fica atrás, se nunca leram nada dele, tentem encontrar nalgum alfarrabista os seus livros, se lêem em inglês, muito do seu trabalho já se encontra no domínio publico, portanto não percam tempo.

Opinião - The Judas Valley de Randall Garrett


The Judas Valley de Randall Garrett é um conto de Ficção Científica originalmente publicado na Amanzing Stories em Outubro de 1956. O principio do conto é o seguinte:

Porque é que toda a gente a sair da Nave neste vale estranho cai imediatamente morto? Como poderia uma equipa bem equipado de astronautas duros tornam-se um campo de esqueletos apodrecendo neste mundo tranquilo de paz e contentamento? Era um mistério que Peter e Sherri tinha que resolver. Se eles pudessem viver o suficiente! (Why did everybody step off the ship in this strange valley and promptly drop dead? How could a well-equipped corps of tough spacemen become a field of rotting skeletons in this quiet world of peace and contentment? It was a mystery Peter and Sherri had to solve. If they could live long enough!) (tradução minha)

É uma boa historia de FC, com uma boa dose de aventura, onde a acção e o mistério são bem conjugados com um bom enredo. O autor, neste conto, tem uma escrita muito fluída e aproveita cada palavra, sem nos brindar com os habituais infodumps. Admito que não conhecia o autor, mas este conto foi um excelente cartão de apresentação e que me deixou curioso e de sobreaviso para outros trabalhos dele. Foi uma boa surpresa.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Opinião - The Hunted Heroes de Robert Silverberg



The Hunted Heroes é um conto de Robert Silverberg publicado em 1956. O cenário é Marte, onde depois de uma guerra nuclear (na Terra) a Humanidade passou a utilizar a energia nuclear como combustível para tudo, o problema é que o Urânio na Terra acabou ou está muito perto disso, e Marte é onde o vão buscar. Os personagens principais são um casal que procura, com um contar Geiger(?!), os deserto de Marte, a pé... Quando encontram um louco numa cadeira de rodas, e bem a historia não acrescenta nada de novo, nem tem nenhuma ideia ousada ou sequer interessante. Não foi tempo perdido, mas...

Opinião - The Happy Unfortunate de Robert Silverberg



The Happy Unfortune é um conto de FC de Robert Silverberg, originalmente publicado na Amazing Stories em 1957 e que nos "transporta" cerca de cinco séculos para o futuro, para um Universo onde a Humanidade já conquistou o sistema Solar, mas para isso teve de se "dividir" em duas, os Earthers e os Spacer, os primeiros são fracos fisicamente e por isso não podem sair do planeta Terra, os segundos são altos e fortes "criados" para suportarem os rigores das descolagens e viagens espaciais. O personagem principal é um Spacer chamado Rolf Dekker, um jovem com vinte (e poucos anos) acabado de chegar de uma missão de cinco anos, rico, como todos os outros Spacers, mas não na Terra, onde são (quase) ostracizados e vivem numa espécie de cidade gueto chamada Spacertown. Rolf Dekker vive o sonho de se tornar um Earther, pois odeia quem é, e assim recuperar a vida que tinha antes de a avó descobrir o que ele era. Contrariamente muitos Earthers querem poder viajar para as estrelas que apenas podem contemplar. Depois de algumas peripécias onde o autor nos mostra a sociedade dos Earthers a caminho da decadência, onde se sucedem as modas de transformação do corpo, e da xenofobia entre as duas Humanidades, o personagem acaba por, claro, aceitar quem é e o que é.
Um conto com algumas partes e ideias interessantes, mas que ainda assim não ficará na memoria por muito tempo, pois falta-lhe aquele elemento que torna uma historia, pequena ou grande, memorável.



terça-feira, 1 de janeiro de 2013

O ano começa "A Oeste do Éden"



O livro que escolhi para começar as leituras de 2013 foi  "A Oeste do Éden" de Harry Harrison, era para o ter lido no ano passado, mas nunca consegui.
O seu autor morreu no ano passado, e depois de ter visto tantos a falar tão bem dele achei que era mais que tempo de lhe dar uma oportunidade, embora essa não tenha sido a única razão. É que este livro faz parte dessa mítica colecção organizado pelo João Barreiros que é a Contacto, e portanto já andava debaixo de olho. Será caso para dizer que se juntou a fome com a vontade de comer. 
Sendo que já tendo lido dois livros da colecção e alguns contos do autor, acho que não vou ter nenhuma desilusão. Deixo-vos a Sinopse, e agora se me dão licença vou começar a lê-lo. 


Sinopse

«Quando os dinossauros governavam a Terra...». Pois A Oeste do Éden ainda governam.
A catástrofe cósmica que os exterminou há 65 milhões de anos nunca chegou a acontecer. O grande cometa nunca caiu, nunca chegou a provocar aquilo a que, no nosso universo, Carl Sagan chamaria Inverno Nuclear. A permanência de condições climatéricas indefinidamente estáveis permitiu que os grandes répteis continuassem a evoluir, com o cérebro sempre a aumentar, o polegar a tornar-se oponível, até culminarem nas Yilanè, a raça sauróide mais inteligente da Terra. A sua complexa civilização, baseada em sofisticadas técnicas de engenharia genética, transformou se num milagre de estabilidade social e integração ecológica. Fez surgir cidades «orgânicas» por toda a África, Europa e Ásia. Modificou todos os ecossistemas à sua imagem e semelhança. 
Subitamente, pressões climatéricas, o advento de uma microidade glaciar, fazem diminuir radicalmente os recursos energéticos e alimentares. Sob a ameaça do extermínio total da sua civilização, as Yilanè são forçadas a explorar o que designamos por oceano Atlântico e a colonizar o Novo Mundo. 
E ali, nas costas da Florida, dominando o topo de um ecossistema incompreensível, encontram uma espécie desconhecida de mamíferos inteligentes, agressivos, selvagens. Mamíferos que se deslocam erectos, assentes nos dois membros posteriores, que possuem o dom da palavra e se servem de utensílios rudimentares de pedra. Mamíferos que odeiam instintivamente toda e qualquer yilanè. Um ódio que é recíproco...

Críticas de imprensa
"Um épico inteligente e brilhantemente construído."
João Seixas, Novembro de 2005